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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Singapura: uma cidade que anda na linha

Com obsessão por planejamento, excesso de leis e multas rigorosas, metrópole é hoje uma das mais limpas, organizadas e seguras do mundo






"Todos os dias, cerca de 200.000 pessoas vão morar em cidades. Toda semana, brota uma nova cidade do tamanho de Kyoto ou Barcelona. Em 2050, 70% da população mundial viverá em cidades, em comparação com os 50% de hoje. O desafio das cidades será garantir aos seus 6,4 bilhões de habitantes acesso a energia, água, transporte, emprego e habitação de qualidade." O texto acima, estampado com destaque em uma das entradas do Ministério do Desenvolvimento de Singapura, reflete a preocupação dos governantes dali com o futuro. 

A cidade-¬estado no Sudeste Asiático que ganhou fama pela sua limpeza é obcecada por planejamento urbano. Ali uma maquete gigante ladeada por alguns computadores mostra cada uma de suas atuais construções e as que virão em dois, três, cinco, dez, vinte anos. Isso mesmo, vinte anos. De chorar, se essa realidade for comparada à paulistana, cujas diretrizes do Plano Diretor, em vigor desde 2002, ainda não foram efetivamente implantadas.

O.k. É preciso ponderar que estamos falando de uma ilha com 700 quilômetros quadrados, menos da metade da área do município de São Paulo, com 5 milhões de habitantes (a proporção é de um estrangeiro para cada quatro singapuranos nativos), e cheia de restrições a seus moradores, que pagam caro (não só no sentido literal) caso descumpram suas leis. Não se trata também de uma democracia. Há censura e, sem falar da pena de morte, a punição para determinados delitos (como a pichação) inclui chibatadas. Mas o fato é que a cidade funciona com uma perfeição quase irreal.

VAMOS A ALGUNS EXEMPLOS
Quem vive em Singapura não tem a menor ideia do que é mofar em um congestionamento. A frota da cidade é de cerca de 900.000 veículos, incluindo aí caminhões e motos. Comprar um carro custa caro, e mantê¬-lo, mais ainda. A vida útil do automóvel é de dez anos — depois disso, ele é descartado. Os táxis, que por natureza rodam mais, são expulsos ainda mais cedo das ruas: após sete anos. À medida que os carros "velhos" vão saindo de circulação, o governo libera licenças para autorizar novas compras. Cada licença custa cerca de 20.000 reais (esse valor varia de acordo com a demanda). Com isso, a ideia é que a frota não ultrapasse o número atual. O desestímulo não para por aí. Há 25 pedágios eletrônicos espalhados só na região central — na cidade toda são 73. Cada vez que o motorista passa sob um deles e ouve um agudo "pi¬pi" do chip instalado no para¬brisa, sabe que lá se foram entre 65 centavos e 2,60 reais, dependendo do lugar e do horário.

Em contrapartida, Singapura é extremamente bem servida de transporte coletivo. São 3.300 ônibus (97% com ar¬condicionado) e 129,7 quilômetros de metrô. Criado em 1987, ele tem 87 estações espalhadas por quatro linhas. Um trem não demora mais que três minutos para chegar. Para incentivar a reciclagem do bilhete unitário, uma espécie de cartão de crédito, o usuário paga cerca de 3 reais pela passagem e depois tem 1,30 real devolvido caso o retorne à máquina. Acima dessas máquinas, aliás, ficam placas lembrando que quase tudo é proibido ali: fumar, comer, beber, levar animais e portar líquidos inflamáveis, sob pena de multas que variam de 650 a 6.500 reais. Também é proibido mascar chiclete. As gomas de mascar foram banidas do país em 1992, quando jovens começaram a grudá¬-las nas portas dos trens, o que impedia que elas se fechassem corretamente, causando atrasos e interrupções no transporte público. E uma restrição curiosa: por causa do cheiro forte, os usuários também não podem carregar no metrô uma fruta nativa chamada durião, que lembra, só na aparência, a jaca.

Se flagrado jogando sujeira no chão por um dos fiscais que ficam à paisana nas estações, o porcalhão tem duas chances de pagar por isso (na primeira vez, 260 reais, e na segunda, o dobro desse valor). Na terceira, multa de 1.300 reais e constrangimento social. O contraventor é obrigado a colocar um colete com a frase "Ordem de trabalho corretivo" estampada nas costas e, como castigo, tem de varrer o chão. Não raro, quando isso acontece, o cidadão é filmado pelas autoridades e a cena passa em rede nacional. A limpeza em Singapura é tamanha que possibilita ver o reflexo das pessoas no piso dos vagões e das plataformas.

Fonte: www.planetasustentavel.abril.com

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